O abandono, medo, solidão, sentimento de culpa, a desestrutura familiar e uma infância reprimida por dor ou abuso são elementos que aliados aos problemas profissionais, podem resultar em depressão, que em um nível elevado pode ser o gatilho para um suicídio.
Essa é uma tese de mais de 25 anos de pesquisa, do único grupo do Brasil que tenta aconselhar e impedir que mais casos de suicídio sejam registrados no País. Situado em Campo Grande/MS, mais especificamente no setor de “Capelania” do Hospital Universitário, o grupo é liderado pelo capelão e capitão do Corpo de Bombeiros, Sr Edílson dos Reis.
Nesta semana, a técnica em enfermagem, sra Rosimeire Leite Vieira Pereira, 49 anos, cometeu suicídio. Foram 14 anos dedicados ao HU, mais um caso silencioso, inesperado e que entristece toda a classe.
“O suicídio não está isolado. São várias coisas que interagem de forma complexa que levam ao desejo de morrer. Muitos associam a profissão como causador, mas geralmente é um conjunto de situações que leva a pessoa a isso, como o abandono, medo, solidão, culpa, instabilidade emocional, desestrutura familiar, infância reprimida, seja por dor, ou abuso”, ressalta o capelão Reis.
O capelão ressalta que a classe da Enfermagem tem um agravamento a mais, devido a vários pontos. “Quando se fala na enfermagem, identificamos várias questões. Por exemplo, essa classe não possui planos de carreira, entrou técnico ou enfermeiro, vai morrer da forma que entrou. É uma categoria que não tem reconhecimento merecido, tanto pela sociedade, quanto pelos outros profissionais de saúde. É um profissional visto como alguém que vai executar uma ordem de alguém e não é assim. A enfermagem é uma ciência latente, porem isso não tem reconhecimento”, lista o capelão.
Outro fator fundamental citado pelo conselheiro é a insatisfação com o salário, que é defasado e aliado a outras rotinas, compromete mais ainda a auto estima da Enfermagem. “Além do salário defasado, vem a sobrecarga de trabalho, a responsabilidade e a cobrança em cima desse profissional, que ainda sofre com o desajuste de horário para realizações interpessoais, dele como pessoa e com seus familiares. São noites de plantões, festas de fim de ano e o profissional está lá sempre, na mesma rotina, só mudam os pacientes”, lamenta Reis.
Segundo Reis, esse acúmulo de carga para a pessoa, que já tem um desgaste emocional e já vem de uma pré-disposição de sofrimento, é o gatilho para o suicídio.
fonte: http://ms.corens.portalcofen.gov.br/enfermagem-e-uma-das-principais-classes-a-sofrer-com-o-suicidio-dialogo-pode-ser-a-solucao_11421.html
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